Há uma arte de ir embora,
de botar o chapéu na cabeça
e sair de mansinho,
ou estrepitosamente,
batendo a porta da rua.
Sai enquanto é tempo,
enquanto as pessoas ainda estão alertas
e acham que é cedo.
Nunca é cedo, quase sempre é tarde,
muito tarde,
o café esfriou, o vinho azedou,
a fruta apodreceu.
Vai embora antes que te suceda,
no silêncio que se prolonga, contar uma anedota de vinte anos atrás.
Na esquina, sem olhar para trás,
faze um gesto largo,
um gesto de quem se libertou de tudo,
de todos, e de ti mesmo.
terça-feira, 29 de maio de 2007
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