quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Amor é fogo

O Gustavo Mioto inventou uma música que diz assim: "Hoje foi tudo bem, só um pouco cansativo Dia duro no trabalho que acabou comigo Tô aqui com os pés pra cima pronto pra dormir A saudade de você é visita frequente Que nem a sua tia chata que irritava a gente Ah, saudade da gente Tirando isso, do resto até que eu estou dando conta A Julinha tá banguela e o Pedro só apronta O que faltava do carro eu já quitei a conta Falando nisso, terminei o livro que você pediu pra eu ler E só na página 70 entendi você Naquela parte onde diz que o amor é fogo que arde sem se ver Como é que tá ai? De você faz tempo que não ouço nada Fala um pouco sua voz tá tão calada Sei que agora deve estar impressionando anjos com sua risada" Agora, ele (o protagonista) só entendeu ela quando leu a poesia da página 70? Não compreendo. A poesia completa, de Camões, fala: "Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor?" A poesia para mim é clara. Ela fala que o Amor é uma coisa estranha, contraditória, e o poeta se pergunta como é possível que as pessoas gostem dele (do Amor). Ele entendeu ela quando leu que o Amor é uma coisa estranha? Não compreendo.